Desde de miúdo que sempre me senti diferente. Acho que foi assim com todos. Diferente da maioria pelo menos.
Acho que me apercebi da sexualidade desde muito cedo, talvez devido à minha mãe. Sempre fez questão de desde muito novo me explicar os "factos da vida". Nunca acreditei em cegonhas, nem em encomendas vindas não sei de onde. Sempre soube de onde vinham os bebés, como eram feitos, da anatomia masculina e da anatomia feminina. E desde que me lembro, que certas imagens, reais ou imaginadas, têm um certo efeito em mim.
Depois de um período hetero, cedo assumi perante mim que isso não me bastava. Havia algo mais que me despertava certas sensações, mesmo que não as soubesse identificar.
Eis que vem o período do medo de ser gay... Muito sofrimento, muitas dúvidas, muitas incertezas. Mas o tempo têm destas coisas, e a maturidade (se é que posso dizer que a atingi), muitas vezes acompanha-o. Deixei de me preocupar com denominações, gay/hetero/bi. Houve alturas em que me assumia como bi, sempre com dúvidas se realmente o seria, ou se seria apenas uma forma de negar a minha homossexualidade.
O contacto (infelizmente já numa fase tardia) com outros como eu, ocorreu numa fase em que já sabia o que queria, e como o queria, mas serviu para consolidar algumas "certezas". Conheci rapazes que nunca se sentiram atraídos por raparigas, rapazes que se sentiam atraídos por raparigas e por rapazes, outros para quem as "namoradas" eram apenas para disfarçar, etc.
Hoje em dia, acho que posso afirmar que sempre gostei de rapazes. Também gostei/gosto de raparigas. E não só como irmãs. Admito que por vezes dou por mim a olhar para um bom rabo feminino. Mas perdi o medo de olhar e comentar um bom rabo masculino.
Serei bi? gay?
Que interessa isso? Sou eu! =)
Os amigos mais próximos sabem como sou, sabem que estou numa relação com outro homem (ainda é difícil encarar-me como homem e não como jovem rapaz), que todos os dias se torna um pouco mais séria ( =) ) e isso basta-me.
Mas uma coisa admito. Quando jovem, como qualquer jovem, admirava fotos e imagens de corpos nus/semi-nus e despidos. E sonhava. E sempre que apareciam algumas como estas que aqui mostro, até doía tudo por dentro... doía mesmo, de uma forma que era difícil explicar. Talvez por estar mais reprimido na altura, talvez...
Nas fotos, Marco Dapper e Udi Karni.
E quando olho para elas, ainda se me aperta o peito. [suspiro]