Introspecções de hora de almoço

   É muitas vezes quando venho do trabalho para casa que penso na minha vida. Quer venha de carro, quer a pé. Hoje foi um desses dias.
   Chego à conclusão que coitados daqueles que nunca amaram... No meio da minha triste vidinha, sinto-me abençoado, pois creio que já amei 3 vezes.
   Passo a explicar.

• Primeiro foi a S.. Juntos crescemos. Foi juntos que nos tornámos adultos. Sou o que sou também por ela. E o contrário também se passa. Foi a primeira pessoa a quem contei da atracção que sentia também por pessoas do mesmo sexo. Ela aceitou na boa, tornou a relação ainda mais intensa, pois a entrega era total. Depois veio o fim. Foram tempos dificeis, já que fui trocado por um gaijo burro, mas com um corpinho dos Deuses... (a relação deles durou nem 3 meses..) Há dois anos houve nova reaproximação. Mas o facto de ela não abandonar o namorado (que dizia não amar), e o facto de eu não ter vocação para ser o outro, ditaram nova separação. Nunca a obriguei a escolher, mas teve que aceitar a minha escolha.

• O M.. Primeiro namorado. Como surgiu relativamente tarde na minha vida, foi já uma relação mais adulta, e não uma coisa de putos. Foi por ele que me assumi perante alguns amigos. Descobri coisas que só tinha fantasiado existirem. Mas ainda era muito puto e inseguro. Dificuldades em aceitar-me a mim próprio impuseram o fim da relação.

• O R.. Já numa altura em que pensava que ficaria para sempre só, surge este jovem, mais velho que eu, que apenas numa semana me conquistou. A empatia/química foi instantanea. Sinto-me bem. Bem mesmo. A maneira como nos entregamos mutuamente, a confiança um no outro... É indiscritível. A atração física é forte, mas pequena face a tudo o resto. Graças a ele aprendi a gostar mais de mim, coisa que nos ultimos tempos tinha esquecido. Sempre sorri por fora. Ele fez-me voltar a sorrir por dentro.

=)