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quinta-feira, março 19, 2009

PAPA?

“Não se pode resolver (o problema da sida) com a distribuição de preservativos pelo contrário, a sua utilização agrava o problema “
By Papa Bento XVI

5 comentários:

Daniel C.da Silva disse...

São umas atrás das outras, mas sem querer defender o Papa, repare-se o que aconteceu com o bispo que praticamente negava o holocausto nazi, e só depois o Papa veio a saber dos seus pensamentos pseudo_historicos e nao aceitou as desculpas que o bispo fez ao Vaticano porque as não fez ao mundo em geral e aos judeus em particular.

Este Papa sofre de alguma ingenuidade. Também não podemos querer dele a perfeição. Tem responsabilidades acrescidas mas também na universidade de Ratisbona foi (muito) mal interpretado. Falava como um académico no meio de outros tantos e depois a comunicação social empola apenas o que lhe interessa e veste as palavras no papa e não apenas no homem e teólogo que também é.

Sobre este caso dos preservativos, eu penso que ele se referia ao mal em si, ou seja, não é o mal em si que lhe aflige, porque ele existe se concorrermos para ele. Ele segue a apenas a posição oficial da Igreja (que não é completamente dogmática, atenção, estamos a falar de normas gerais, tal como no aborto é admitido pelo Vaticano (Direito canónico)nas mesmas circunstancias do Direito Civil.

Ou seja, eu penso que ele se esquece do problema africano onde a disseminação da Sida é qualquer coisa de perturbante, mas continua a insistir no efeito e não na causa (que tem a sua lógica mas não neste continente em particular), e que é, evitem promiscuidades, evitem parceiros a rodos, sejam monogâmicos que a Sida nunca vos atingirá... Porque a Sida não é o cancro que pode apanhar qualquer um.

Foram palavras infelizes, estas do Papa, mas penso que percebi a ingenuidade porque vê o problema apenas na perspectiva de que se se fica doente é porque se tem comportamentos de risco e falta de valores, o que é inadmissível à luz da Igreja.

Heartbeats disse...

estes discursos, pela amplificação que têm, especialmente em áfrica...

a sua utilização agrava o problema.

onmywaytoheaven disse...

Frustados...é como se devem estar a sentir as ONGs e todas as pessoas e restantes organizações, que passaram estes anos todos a tentar incutir o uso do preservativo na população africana...para chegar este ESTÚPIDO HOMICIDO-(in)COSNCIENTE e estragar um trabalho de uma vida.

....curioso...a minha palavra de verificação: INSIN...sim VIVO EM PECADO and SO WHAT MR POPE?

...eles andem ai...pelo teu blog hehehe...até já mandam msgs disfarçadas de palavras de verificação ;) lol

Daniel C.da Silva disse...

Transcrevo um comentário que acabo de ver num blogue sobre a celeuma do preservativo e o Papa. A minha opinião ja foi transmitida e nao volto ao tema. A Sida nao se combate com palavras mas também nao se deve fomentar uma cultura de desresponsabilizaçao apenas em nome sabe-se lá de quê. A Sida nao se erradica com preservativos mas com uma mudança de mentalidades. Até lá, o preservativo terá de ser a pseudo-solução para que nao haja mais infectados. Mas entendo as palavras do Papa, como Vasco Pulido Valente de outra maneira entendeu.

Hoje no Público, escreve ele assim:

"Os valores de Bento XVI não são os valores de um governo, de uma ONG ou de um indivíduo que tenta limitar o imenso desastre da sida em África. São valores de outra ordem. São valores de uma ordem religiosa, que cada vez menos se percebem ou respeitam no Ocidente. Não vale por isso a pena discutir a moral sexual da Igreja (e do Papa). Vale a pena garantir que ela não invade a esfera da liberdade civil. Ora Ratzinger não andou por África a pedir que se proibisse o preservativo. Pediu aos católicos que prescindissem dele, em nome de uma perfeição que os católicos escolheram procurar. A influência dele é, neste capítulo, deletéria? Inegavelmente. Convém que ela não alastre em África (e na Europa)? Sem a menor dúvida. Mas sem esquecer que o Papa está no seu direito e no seu papel."

Pense-se também no tamanho do destaque dado pelo jornal à notícia de hoje em que o Papa condena a rapina a que África é submetida nas suas riquezas naturais, e o destaque dado a esta notícia do preservativo.

Aequillibrium disse...

Claro que a notícia sobre preservativos vende mais...
O Papa defender os pobres, apelar à solidariedade... é suposto o Papa fazer isso mesmo, não?

O que faz com que a notícia "venda", é precisamente o Papa defender a sua posição (tem todo o direito a tê-la e a expressá-la), contra o senso-comum.
Não fazer mal ao próximo, ajudar os mais fracos... (senso comum, são coisas boas).

Agora vir defender que o uso do preservativo não só não ajuda a controlar a propagação do HIV, como a agrava...

O que eu não concordo, é com a posição da Igreja, neste caso Papa.
Ser contra o seu uso, e defender isso para os católicos, tudo bem, está no seu direito. Agora vir dizer que o uso do preservativo agrava?!
O que agrava são os comportamentos de risco, e não o uso de preservativo. Defender que quem usa preservativo tem comportamentos de risco... talvez alguns, mas nem todos, talvez a grande maioria não os tenha...

Blip.fm